A Toscana está localizada na parte central da Itália. Abrange uma área de 22.985 km² com aproximadamente 3 milhões e oitocentos mil habitantes. A toscana abriga 9 províncias, Siena, Pisa, Lucca, Livorno, Prato, Grosseto, Pistoia, Arezzo e Carrara. A cidade de Florença é capital da Toscana. Se fosse enumerar as razões para conhecer a Toscana, acho que levaríamos o dia inteiro. Mas podemos afirmar que a região contribuiu muito para o desenvolvimento da língua italiana e foi um dos berços do renascimento. A arquitetura sempre esteve em destaque espalhadas por suas cidades. Reconhecidamente pelos belos vinhos e seus queijos maravilhosos, a Toscana foi um dos lugares mais incríveis que visitamos.
A primeira decisão que se deve tomar quando se decide conhecer a Toscana é como se locomover. A nossa decisão foi alugar um carro para se embrenhar pelas estradas estreitas da região. Evitamos ao máximo pegar as rodovias.
Aquela paisagem famosa, você encontra justamente nas vias provinciales. A paisagem toscana é simplesmente de tirar o fôlego, uma surpresa atrás da outra.
Longos campos verdes, planícies de perder de vista, vinhedos, cidades medievais e seus montes.
As cidades da Toscana, geralmente em cima de um monte, são lindas e especulares. São cidades medievais, muitas cercadas por muralhas, ricas em história. A cada cidade que visitávamos, tínhamos a impressão que era a mais bonita de todas. Até hoje não consegui definir qual delas é a mais bonita. Cada uma possui uma caraterística própria, uma surpresa, uma história. Vamos dividir com você as cidades que visitamos, vamos contar um pouquinho do que fazer ou visitar em cada uma delas.
Fizemos um post exclusivo para Florença, Pisa e Lucca. Na toscana fizemos nossa base em Siena. No primeiro dia visitamos Buonconovento, Montalcino, San Quirico d'Orcia, Pienza, Montepulciano e retornamos para Siena. No segundo dia visitamos Monteriggioni, Colle di Val d'Elsa, San Gimignano, Volterra e retornamos para Siena. O terceiro dia foi dedicado a Siena. No dia de retornar para Florença, com o sobrou algum tempo, fomos dar uma passadinha na região de Chianti.
Buonconovento
Saímos logo na primeira hora de Siena, pegamos a Via SR2 e depois de 29 Km chegamos em Buonconovento, uma pequenina cidade à beira da estrada. A cidade possui duas portas de acesso.
Construída toda de tijolinhos vermelhos em terracota, Buonconovento é considerada uma das cidades medievais mais bonitas da Itália. O clima provinciano da cidade é representado pela tranquilidade, silêncio e um número muito baixo de pessoas circulado pelas ruas.
Um dos destaques da cidade é o Palazzo Podestarile, um pequeno prédio singelo e espetacular. Ele possui uma Torre retangular, um relógio, dois arcos góticos e vinte e cinco brasões em pedra fixados na estrutura torre. Ao lado do Podestarile está o Palazzo Comunale que é a sede da prefeitura de Buonconovento.
Para os amantes de museus ou que dispõe de mais tempo, Buonconovento possui o Museu della Misericórdia, localizado no Palazzo Glorione, que no passado acolhia os peregrinos. A cidade, ainda possui dois outros museus: O Museo di Arte Sacra que possui um acervo de arte religiosa do século XIV ao XIX e o Museo della Mezzadria que conta um pouco da vida cotidiana dos habitantes da cidade.
Outro destaque é a Igreja di San Pietro e Paolo construída no início do século XII de acordo com uma pedra colocada no lado esquerdo da fachada da igreja. As obras de artes colecionadas ao longo de sua história hoje estão expostas no Museu de Arte Sacra. O interior da igreja, apesar de simples e singelo, ainda possui peças do mobiliário original, como uma mesa com a Madonna e o Menino jesus.
Via Soccini é a principal rua da cidade e nela encontramos todas as atrações da cidade, além dos restaurantes e do pequeno comercio. Tanto a via Soccini, como as outras ruas da cidade, são estreitas, pequenas, charmosas e aconchegantes.
A visita a cidade de Buonconovento não leva muito tempo. Foi a primeira cidade da Toscana que visitamos e já nos mostrou o que iríamos encontrar pela frente. Depois da bela surpresa seguimos caminho para Montalcino.
Montalcino
Montalcino é bem pertinho de Buonconovento, pela Via Strada Provinciale del Brunello são menos de 14 Km, uns 17 minutos para ir apreciando a paisagem magnifica. Montalcino é a cidade do famoso e saboroso vinho Brunelo. Falo dele mais à frente. Mais uma pequena cidade nos moldes italianos medievais que já foi no passado motivo de disputa entre Siena e Florença. Hoje independente é uma das cidades da Toscana mais que concorrida. Charmosa e elegante, a cidade respira história em cada ruazinha da cidade. Montalcino está situada em uma colina alta a 564 metros acima do nível do mar.
O forte de Montalcino foi construído em 1361 para comemorar a integração da cidade a Siena. Conhecida como La Rocca é o símbolo da resistência da cidade. A muralha, todo em pedra, dá o toque final na beleza da fortaleza. O principal cartão postal da cidade oferece aos turistas a oportunidade de subir e caminhar pelas muralhas. A vista do Val D’Orcia do alto da fortaleza é muito bonita. No interior da Rocca você encontra uma enoteca com direito a degustação dos vinhos famosos da cidade.
Cattedrale del Santissimo Salvatore ou Duomo de Montalcino segue o estilo arquitetônico dos prédios e casas da cidade. A torre do sino e a fachada com suas colunas neoclássicas formam um conjunto muito bonito. A catedral foi inaugurada no final do século XIX. Já a Igreja da Madonna del Socorsso, localizada no lado oposto da fortaleza, tem sua construção original do século XIV, posteriormente foi modificada e ampliada no século XV. O seu interior ainda conserva altares da época medieval. Desde início do século XIX a sua fachada apresenta um estilo neoclássico.
Piazza del Popolo é o coração da cidade e o centro histórico. Ela abriga uma galeria cujo os arcos são dos séculos XIV e XV. Na Piazza del Popolo também encontramos o lindo Palazzo dei Priori, construído ainda no século XII, que atualmente é a sede da prefeitura.
A praça oferece uma grande quantidade restaurantes e lojas de vinhos com direito a degustação.
Museo Cívico Diocesano di Arte Sacra é Considerado um dos mais importantes museus de arqueologia e arte medieval da Toscana, está localizado no antigo convento da Igreja de Santo Agostinho. Possui um acervo de mais de 200 peças. Localizado na Via Ricasoli.
Apesar da cidade ser simplesmente maravilhosa e as atrações lindas, o que realmente chama a atenção dos visitantes é o seu famoso e premiado vinho, o Brunelo. Ele é um tinto produzido exclusivamente em Montalcino. A uva que dá vida ao Brunelo é a Sangiovese. O Brunelo possui o título de ter sido o primeiro vinho da Itália classificado como DOCG (Denominação de origem controlada e garantida).
O Brunelo é amadurecido por no mínimo 2 anos em barricas e seis meses em carvalho. Se for Reserva o vinho deve ficar 3 anos em barricas e pelo menos dois em garrafa antes de ser comercializado. O Brunelo é a expressão máxima da uva Sangiovese. Não preciso nem dizer que o preço do Brunelo é bem puxado. Mesmo assim compramos um e bebemos no dia seguinte. O vinho precisa descansar por muitas horas. Além do Brunelo, a região de Montalcino também produz o Rosso de Montalcino, um vinho mais jovem e muito menos encorpado. Tanto o Brunelo quanto o Rosso caem muito bem acompanhado do queijo Pecorino. Bom, agora é hora de seguir viajem em direção a San Quirico.
San Quirico d'Orcia
Logo que saímos de Montalcino chegamos em San Quirico, são apenas 14 Km de distância entre as duas cidades. Seguimos pelas Vias SP14 e SR2-16 e em 18 minutos encontramos mais um pérola da Toscana, a encantadora e charmosa San Quirico d'Orcia. Ela não é tão famosa como as outras cidades da região, mas não fica devendo nada.
A cidadezinha milenar segue os mesmos padrões das outras cidades da Toscana. Localizada no topo de um monte, toda murada, toda com tijolinhos vermelhos, ruas estreitas e um ar de tranquilidade e paz. Paramos o carro ao longo da muralha e por uma das portas a gente chega ao centro histórico e coração da cidade.
Na Via Dante Alighieri, rua principal da cidade, você encontra todas as atrações de San Quirico. Logo no começo fica a Collegiata di San Quirico que foi construída no século XII sobre o antigo batistério de travertino. A catedral apresenta uma fachada simples. Ao lado da igreja fica o Palazzo Chigi hoje sede da prefeitura da cidade.
Mas a frente encontramos a Igreja di San Francesco, também conhecida como Igreja da Madonna di Vitaleta, ela foi construída sobre as ruínas do convento de San Francesco em meados do XVIII. A Igreja simples é bem pequena. Seu interior possui somente uma nave e quatro altares laterais. O destaque da igreja é a Madonna. A fachada também simples possui uma torre com campanário e um relógio.
Uma grande atração da cidade é o Jardim Horti Leonini. O acesso é pela Piazza della Libertà. O jardim foi construído no final do século XVI, projeto de Diomede Leoni. No jardim você encontra a estátua de Cosimo de Medici III e as ruinas de uma antiga torre medieval. Quando se chega na cidade não dá para imaginar que a pequena cidade abriga um lindo jardim, ótima surpresa.
A principal rua da cidade é a Via Dante Alighieri. A dica é caminhar por ela em toda sua extensão e admirar com calma as lojinhas. A via também oferece uma grande quantidade de bares, restaurantes e cafés.
Como estava na hora do almoço, escolhemos um restaurante para descasar e almoçar. Confesso que foi difícil escolher. Um restaurante mais aconchegante que o outro, Escolhemos um que tinha uma entrada pequena, o Tratoria Osenna, para nossa surpresa as refeições eram servidas nos fundos ao ar livre. Lindíssimo!
De volta ao carro, seguimos para a cidade do Pecorino, Pienza.
Pienza
Com as energias carregadas seguimos em direção a Pienza, a terra do Queijo Pecorino, o meu preferido. São apenas 10 Km de distância de San Quirico pela Via SP 146. São 10 Km de paisagens de tirar o fôlego. Mais uma linda e encantadora cidade medieval, localizada no alto de um monte, cercada por muralhas.
A cidade é bem pequena, tem aproximadamente 2.500 habitantes, mas é considerada Patrimônio Mundial da Humanidade pela UNESCO devido à sua importância arquitetônica. Pienza é muita conhecida por ser a cidade natal do Papa Pio II (1405 – 1464) e pela fabricação do famoso queije de ovelha, o Pecorino.
O principal ponto de interesse da cidade é a Piazza Pio II, nela você encontra as principais e mais importantes atrações da cidade. A praça é cercada pelo Palazzo Piccolomini e seu jardim renascentista, pelo Palazzo Borgia, pela Catedral de Santa Maria Assunta projetada por Rossellino e a Igreja de San Giovanni, também chamada de cripta. Ainda tem na praça um lindo e sofisticado poço.
O principal prédio da praça é o Palazzo Piccolomini, ele foi encomendado por Enea Piccolomini que depois se tornou o Papa Pio II. Sua contrução começou meados do XV. O primeiro andar do palácio pode ser visitado, nele você verá uma mostra de objetos família Piccolomini. Os jardins são abertos ao público. O edifício foi o cenário de um dos filmes mais românticos de toda a história do cinema, Romeo & Giulietta (1968), de Franco Zeffirelli.
Pienza realmente é muito bonita. Suas ruas, com muitas flores nas janelas das casas, dão um charme a mais a cidades. Uma delícia se perder pelas ruazinhas estreitas e movimentas. A cidade oferece uma boa oferta de comércio local. Destaque absoluto para as lojas de queijo e vinhos. Imperdível é andar junto ao guarda corpo da muralha, a vista é simplesmente espetacular.
Uma das minhas grandes descobertas na Itália foi justamente o Queijo Pecorino. Pienza é considerada e reconhecida como a região que fabrica o melhor queijo desta espécie do mundo. Considerado o mais antigo da Itália, ele se diferente dos queijos Grana Padano e do Parmegiano Reggiano pelo fato de ser feito com leite de ovelhas. O Pecorino Romano necessita de pelo menos cinco meses de maturação. Hora de seguirmos viagem para nossa última cidade do dia, Montepulciano.
Montepulciano
Seguindo ainda pela Via SP 146, depois de percorrer 15 Km, chegamos em Montepulciano, mais uma cidadezinha charmosa no alto de monte. A cidade é muito conhecida por fabricar o famoso Vinho Nobile de Montepulciano. A cidade possui uma população em torno de 14 mil habitantes. No centro histórico não é permitido carros de visitantes. Estacione fora das muralhas e acesse a cidade por uma de suas principais portas, Porta al Prato ou Porta delle. O cenário dentro das muralhas é praticamente o mesmo das outras cidades. São ruas estreitas, movimentadas, prédios elegantes e casas suntuosas.
Passando pela Porta al Prato e seguindo a Via di Graciano nel Corso, que é a principal rua do centro histórico, começa o festival de lojas de vinhos, de queijos, lembrancinhas, muito bares e restaurantes.
logo após a porta você já encontra a Colonna del Marzocco, uma pequena coluna de
mármore com o leão heráldico de Florença.
Um pouco mais a frente fica Palazzo Avignonesi, projeto de Giacomo da Vignola, um prédio medieval considerado o mais bonito da cidade. O palácio pertence a família Avignonesi que são grandes produtores de vinho da cidade.
Mais adiante, na mesma via, fica o Palazzo Bucelli. Observe a parte baixa da fachada do prédio, parece uma espécie de lapides, urnas funerárias ou catacumbas. Muito estranho e curioso.
Mais a frente encontramos a igreja de Sant’Agostino que é a mais antiga de Montepulciano. Sua construção data do final do século XIII. No século XV a igreja passou por uma grande reforma, os responsáveis pela execução da obra foram os arquitetos Michelozzo di Bartolomeo e Antonio da Sangallo. A igreja no seu interior é muito bonita, destaques para as belas pinturas em terracota da Virgem Maria, de São João Batista e de Santo Agostinho.
Caminhando um pouco mais a frente, cerca de 600 metros, chegamos a Pizza grande. Nela encontramos a Duomo de Montepulciano, dedicada a Santa Maria Assunta, construída entre o final do século XVI e início do XVII.
Outro prédio importante da praça é o Palazzo Comunale. O que chama a atenção no palácio e que ele é praticamente igual ao Palazzo della Signoria em Florença, mas não é mera coincidência, ambos os palácios foram concebidos por Cosimo I de ‘Medici.
Tem um estacionamento muito perto da Porta al Prato. Bem ao lado do estacionamento está a Igreja e convento di Sant’Agnese, construída no começo do século XIV, ela é dedicada a Santa Inês de Montepulciano, padroeira da cidade.
Montepulciano realmente surpreendeu. Palácios renascentistas magníficos, belas igrejas e belas praças. Muito bom se perder por suas ruas estreitas. Em cada canto da cidade uma surpresa. Da muralha é possível apreciar uma vista fabulosa. Depois de um dia incrível é hora de retornar para Siena para descansar.
Monteriggioni
Nosso segundo dia na Toscana começou bem cedo. Pegamos o carro e após 30 Km de belas paisagens, chegamos em Monteriggioni. O caminho que fizemos foi pela Via Strada Statale 674 e depois pela Raccordo Autostradale Firenze – Siena. Monteriggioni foi a cidade mais medieval que visitamos, aquele tipo de cidade que a gente vê nos filmes, minúscula, toda cercada por uma imponente muralha fortificada. Localizada no alto de uma colina, a cidade do início do século XIII, foi construída para ser um forte militar e tinha como finalidade a defesa de Siena contra as invasões florentinas.
A muralha toda feita de pedras possui 14 torres de observação. A cidade é muito pequena. Dentro da fortaleza são aproximadamente 50 casas de pedra, uma praça e uma igreja românica.
Monteriggioni possui poucos restaurantes, algumas lojas de lembranças e produtos típicos da região, como azeites e vinhos.
A muralha, que sem dúvidas é o grande charme da cidade, possui 570 metros de comprimento, 14 torres e duas portas. As muralhas de Monteriggioni também está imortalizada na obra prima de Dante Alighieri, a Divina Comédia. Pagando um preço bem justo é possível subir e caminhar por toda a extensão da muralha. La de cima você tem uma vista completa da cidade e uma vista espetacular da paisagem típica da Toscana.
A pequena cidade também é muita requisitada para servir de cenário para o cinema. Entre eles, podemos citar os filmes, O Paciente Inglês, de Anthony Minghella de 1996, Chá com Mussolini de Franco Zeffirelli de 1999, e o Gladiador de Ridley Scott do ano de 2000.
No interior da fortaleza a grande atração é o o Museu Monteriggioni in Arme. O museu tem uma exposição de armas, armaduras e equipamentos de tortura da idade média. Muito legal interagir com os equipamentos e com armas. O clima dentro do museu é bem medieval mesmo. Vale muito a visita.
Tudo perfeito na visita a está pérola medieval, estrada muito boa, paisagens lindas, estacionamento bem ao lado da muralha, cidade encantadora e um clima medieval que faz a gente voltar no tempo. Monteriggioni nos deu uma ideia do dia que teríamos. De volta a estrada seguimos em direção a Colle di Val d'Elsa.
Colle di Val d'Elsa
Colle di Val d'Elsa fica muito próxima de Monteriggioni, apenas 11 Km. Pegamos novamente a Via Raccordo Autostradale Firenze, poucos minutos depois saiamos e pegamos a SP5. O caminho é muito curto, mas é muito agradável.
A cidade é muito conhecida por fabricar aproximadamente 95% do cristal italiano e 15% da produção mundial de cristal. A cidade é dividida em Colle alta e Colle baixa. Para acessar a parte alta da cidade é necessário pegar um elevador. Na parte moderna da cidade fica o Museu do Cristal, ele fica localizado no subsolo de uma praça. A entrada para o museu é bem diferente, uma pequena entrada de vidro, uma pequena cabine. Uma vez dentro da cabine e que você vê a escada para descer. O museu conta um pouco da história do cristal e a sua relação com a cidade de Colle di Val d’Elsa.
A entrada da cidade é marcada por uma monumental porta, a princípio pensamos ser uma fortificação. Na verdade, é uma das portas de acesso à cidade, que foi construída no final do século XV. A Volterrana ou Porta Nova possui torres circulares e um guarda corpo com aberturas para canhões. A porta é muito bonita e imponente.
Se tiver com o roteio folgado, visite pelo uma fábrica de cristais. Indicamos a fábrica de cristal artesanal Colle Vilca. Nela você poderá ver como é feito alguns artigos de cristal. O pessoal da fábrica conta um pouco sobre diferença entre vidro e cristal. Não fomos, nosso tempo estava muito corrido. Nós já tínhamos visitado uma fábrica de cristal em Veneza.
Um dos prédios emblemáticos da cidade é o Palazzo Campana, localizado sobre uma ponte, ele liga o Borgo ao Castello. O Palazzo Campana deve seu nome a Francesco Campana, uma figura influente que se tornou amigo dos Medici. Passando pela arcada do palácio se chega à via del Castello, a principal rua do centro histórico, onde está localizado a Piazza del Duomo e o Palazzo dei Priori.
De volta a estrada, seguimos em direção a San Gimignano, a cidade das mil torres.
San Gimignano
Para chegar em San Gimignano pegamos a Via SP36 e depois a Strada Provinciale SP1. São 15 Km entre as duas cidades. 20 minutos de belas paisagens. San Gimignano fica no alto de uma colina. O que difere a cidade das outras é a quantidade de torres. A preservação de sua arquitetura medieval lhe deu o título, em 1990, de Patrimônio Mundial da Unesco. San Gimignano é dos grandes destaques turísticos da Toscana. A cidade secular era um importante ponto de parada de peregrinos, que faziam a via Francigena, rota que os levava até o túmulo de Pedro, em Roma.
San Gimignano é conhecida como a cidade das mil torres. Hoje a cidade conserva 14 delas, mas ao longo de sua história, já foram 72, a grande maioria construídas entre os séculos XI e XIX. As torres eram símbolos de poder e riqueza. Para poder mostrar sua importância cada família construía uma torre. Quanto mais alta, mais poder e riqueza a família tinha.
A principal entrada para a cidade é o Portão de San Giovanni. Após o portão, seguimos pela Via San Giovanni, uma das principais ruas da cidade. Nela aproveitamos a caminhada para desfrutar das muitas lojas de vinhos, queijos, lembrancinhas e artigos típicos da região. Pela via também estão alguns restaurantes e cafés.
Seguindo sempre em frente na Via San Giovanni encontramos a Piazza della Cisterna. A praça é rodeada de prédios singulares e bonitos. Da praça já se consegue ver algumas torres. Nesta praça fica a Gelateria Dondoli, vencedora do concurso de melhor sorvete do mundo em 2006/2007 e 2008/2009.
Bem ao lado da Piazza della Cisterna está a Piazza del Duomo, a praça principal de San Gimignano. Além da catedral, a praça abriga o Palazzo Comunale, a Torre Rossa e as Torres Gêmeas dos Salvucci. O destaque da praça é a Duomo de San Gimignano, também conhecida como Basílica di Santa Maria Assunta. Apesar de pequena e simples, a igreja secular é uma pérola da arquitetura românica. A entrada é gratuita.
Outro destaque da praça é o Palazzo Comunale, sede da prefeitura. Ele abriga também o Museu Cívico e a Pinacoteca da cidade. O palácio dá acesso a Torre Grossa, a mais alta da cidade com 54 metros. Ela foi construída no século XIV e é a única em que a subida é permitida. Do topo da torre se tem uma linda vista da cidade.
Na sua história San Gimignano sofreu muito em duas situações distintas. Em meados do Século XIV, a cidade foi contaminada pela Peste Negra, a cidade perdeu praticamente metade de sua população. A outra situação foi durante a Segunda Guerra Mundial, a cidade foi fortemente atingida pelos bombardeios aliados.
San Gimignano superou nossas expectativas. Cidade pequena, aconchegante, elegante e charmosa. As torres são algo indescritíveis, são lindas e majestosas. Apesar das ruas estreitas e lotadas de turistas, San Gimignano é uma das cidades mais lindas da Itália. Bom, mas é hora de seguir para Volterra, nossa última visita do dia.
Volterra
Volterra fica a 30 Km de San Gimignano. Decidimos pegar a Via Strada Provinciale 47/SP47 e depois pegamos SR68. A viagem dura em torno de 40 minutos. Volterra é uma comuna italiana da província de Pisa com aproximadamente 12 mil habitantes.
Localizada no topo de uma colina, cercada e protegida por muralhas, a cidade é uma das mais antigas da Itália e está perfeitamente conservada. A cidade é conhecida por ser a terra do alabastro, uma pedra branca utilizada no artesanato local. Volterra também produz um queijo muito famoso, o Formaggio delle Balze Volterrane.
A cidade milenar tem sua origem com os etruscos e posteriormente a cidade ficou sobre o domínio do Império Romano. Tanto os etruscos quanto os romanos deixaram marcas pela cidade. A muralha com mais de 7 km de comprimento e a Porta Dell’Arco são provas da passagem dos etruscos pela cidade. Os romanos deixaram um excelente sítio arqueológico. Podemos apreciar as ruinas do Anfiteatro Romano, provavelmente construído no I séc. a.C. e as ruinas das Termas que são século do IV. d.C.
Piazza dei Priori é a principal praça da cidade. Ela está localizada no coração da parte medieval e histórica da cidade. A praça abriga o Palazzo Pretorio, a parte curiosa deste palácio é que a sua torre é chamada de Torre do Porcellino. O outro prédio em destaque na praça é o suntuoso Palazzo dei Priori, sede da prefeitura.
Dizem que o Palazzo serviu de inspiração para a construção do Palazzo Vecchio de Florença. A praça oferece ainda uma boa quantidade restaurantes e lojas de artesanato, queijos e vinhos. Muito próximo dali fica a Piazza San Giovanni, ela abriga a catedral, conhecida como Santa Maria Assunta e o Museo Diocesano d’Arte Sacra.
Um grande destaque da arquitetura da cidade é a Fortezza Medici, localizada na parte mais alta cidade. Infelizmente as visitas à fortaleza não estão liberadas. Se tiver com tempo visite o Museo Etrusco Guarnacci que possui uma grande coleção de arte etrusca e o Museo da Tortura com sua coleção de aparelhos e equipamentos de tortura da idade média. Foi um dia espetacular, mas é hora de retornar a nossa base, a fantástica Siena.
Siena
Siena é uma das cidades mais emblemáticas e visitadas da Toscana e da Itália. Na sua história sempre disputou com Florença o protagonismo da região. A cidade medieval foi construída sobre três colinas e ainda preserva uma boa parte de suas muralhas e portas. São mais de oito séculos de história. Localizada a 70 Km de Florença, serviu de base para nossa estadia na Toscana.
Segundo a lenda, Roma foi fundada pelos irmãos Rômulo e Remo. Eles teriam sidos abandonados no rio e foram salvos por uma loba que os amamentou. A lenda ainda conta que, Senio e Ascanio, os filhos de Remo, após a sua morte, seguiram em direção a Toscana e lá fundaram a cidade de Siena. O nome Siena seria uma homenagem ao irmão mais velho, Senio. Em diversos locais da cidade podemos ver referência a loba amamentando os meninos.
Não consigo afirmar se a Piazza del Campo é a praça mais bonita que eu já vi, mas posso afirmar que é a praça mais diferente que já visitamos. Os primeiros registros da praça datam do final século XII. A praça tem um formato de D ou leque e é inclinada como um anfiteatro. Para os padrões medievais a praça é considerada muito grande. O tamanho da praça permite que nela se realize uma das festas mais importantes de Siena, a famosa corrida de cavalos Palio. A corrida acontece, todos os anos, nos dias 2 de julho e 16 de agosto. Cada cavaleiro na corrida um representa um bairro da cidade.
A praça e os prédios que a cercam foram feitos com a mesma cor, um tom avermelhado. O local é realmente muito bonito, a maioria das janelas são verdes e floridas. Os prédios antigos, uns colados nos outros, completam o visual fantástico. Ao redor da praça tem uma grande oferta de bares e restaurantes.
A praça abriga algumas das mais importantes atrações cidade. O Palazzo Pubblico é a sede da prefeitura da cidade. Ele abriga também o Museu Cívico de Siena. A Torre Del Mangia possui 102 metros de altura, ela foi construída no início do século XIV. A torre possui um relógio e o campanário. Para subir na Torre são cobrados 10 Euros. A Torre Del Mangia é o ponto mais alto da cidade. A Fonte Gaia está localizada no lado oposto da Torre, ela foi construída no início do século XV.
O Duomo de Siena ou Catedral de Santa Maria Assunta é uma das igrejas mais bonitas da Itália e a mais importante de Siena. Guardado as devidas proporções, ela nos faz lembrar da Duomo de Florença. A igreja monumental foi construída entre o início do século XIII e o final do século XIV. A catedral de extrema beleza e uma obra prima da arquitetura românica/gótica da cidade.
A catedral é praticamente toda revestida com mármore branco de Carrara e verde de Prato. Sua torre possui 75 metros de altura e sua fachada possui três portas imensas e praticamente todas do mesmo tamanho. Os vitrais são considerados um dos mais antigos da Itália.
O interior da igreja também e revestido com os mármores brancos e verdes. O piso da igreja é uma verdadeira pintura. Um grande mosaico, todo em mármore, 56 painéis com cenas do antigo testamente, acredita-se que mais de 40 artistas trabalharam na construção do piso. Realmente muito bonito. Quando visitar o Duomo, se tiver tempo sobrando, aproveite e compre o ingresso da que dá direito a conhecer a Catedral, a Biblioteca de Piccolomini, o Museo dell’Opera, o Facciatone, e o Battistero.
Listei algumas das principias atrações da cidade, mas o melhor de Siena é sair sem compromisso com roteiro. Andar aleatoriamente pelas suas ruas estreitas e cheias de história. O mais legal é imaginar o que vamos encontrar quando entramos em uma outra rua. Foi assim que encontramos uma igreja muito pitoresca e interessante, a Cappella della Madonna del Rosario. Localizada numa bifurcação entre a via San Marco e a via della Diana, o pequeno prédio secular não funciona mais com igreja e as visitas não são permitidas.
Quando chegamos na Piazza del Campo logo decidimos que iriamos passar muito tempo ali. A praça é sensacional. Sentamos e ficamos apreciando com calma todos os detalhes daquele lugar espetacular.
Chianti
No dia de nossa partida para Florença, como tínhamos tempo ainda, aproveitamos e visitamos mais algumas cidadezinhas da região de Chianti. Claro que nosso objetivo era andar em meio aos vinhedos e apreciar um pouco mais daquela paisagem fantástica. Chianti é um dos lugares mais famosos da Toscana. Na verdade, Chianti é uma região montanhosa entre as cidades de Florença, Siena e Arezzo. O lugar é mundialmente conhecido pelos vinhedos e pelo excelente vinho que produz, mas Chianti vai mais além, possui pequenas cidades charmosas e possui muita história.
A famosa Via Chiantigiana, que liga Siena a Florença, é um ponto alto para quem quer conhecer a região de Chianti com calma. A estrada é estreita, mas a paisagem é incrível. Por ela ficam as pequeninas cidades de Radda, Greve in Chianti e Castellina in Chianti. Paramos um pouco em duas delas.
Em Castellina in Chianti podemos destacar a La Rocca, uma torre do século XIV, o Castelo Monternano, Igreja de São Salvador e o Museu Arqueológico de Chianti. Na Via Ferruccio, no centro histórico, encontramos o Palácio Squarcialupi e o Palácio Banciardi. A via Ferruccio oferece muitos restaurantes, bares e lojas de vinhos.
Outra cidadezinha que fizemos uma parada foi a singela Raddi in Chianti, na verdade uma vila medieval. Os dois pontos de interesse da cidade são: a Igreja de San Nicolau e o Palazzo del Podestà, ambos construídos no século XV.
Em frente ao Palazzo del Podestà, sobre uma pequena praça e uma fonte, está a Propositura di San Nicolau. As origens da pequena igreja datam o século XIII. Ela foi duramente castigada durante a Segunda Guerra Mundial, mas felizmente foi restaurada. Confesso que a região merece muito mais tempo, mas temos que seguir viagem para Florença.
Seguro de viagem na Europa é obrigatório ?
Sim, o seguro viagem para a Europa é obrigatório e exige que haja uma cobertura médica mínima de 30 mil euros. Essa regra é válida para todos os países da Comunidade Europeia que fazem parte do Tratado Schengen.
Sempre que falamos de viagem internacional, ressaltamos a importância desse seguro. Além de ser a parte mais barata da viagem é muito importante que tenhamos esse seguro em uma emergência médica, odontológica e muito outros benefícios. Imagina se em uma viagem houver uma emergência e você nem imaginar o que fazer ou para onde ir e muitas vezes nem a língua do país que estamos, não falamos. É um risco que não vale a pena.
Mas quando falamos de obrigatoriedade, falamos de Europa. O restante do mundo, apesar de ser muito recomendado, não há essa obrigação.
O valor mínimo é de 30 mil Euros, mas se você tiver condições, é melhor fazer um mais alto. Serviços médicos não são baratos. Saiba mais aqui.
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